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Podemos pensar a psicoterapia de orientação psicanalítica como um método de tratamento que ajuda as pessoas a lidarem com seu sofrimento emocional.

A ideia fundamental que se coloca neste processo é que o sofrimento expresso pelo paciente que procura ajuda seria a expressão de um tipo de dor que a pessoa desconhece em si mesma. E, por não ter outros meios de expressão, manifesta-se na forma de sintomas, angústias, fobias, medos etc.

Assim, o trabalho psicoterapêutico favoreceria outras maneiras de integração de nossas dores, de forma que possam ser assimiladas à nossa experiência, sem parecer um corpo estranho a nós.

Além disso, o trabalho também ajuda na produção de sentidos para nossas vivências, ajudando a torná-las mais organizadas e possíveis de serem vividas.

Há emoções, às vezes tão brutas e avassaladoras, que sequer chegam a serem pensáveis por nós, sequer têm um nome com o qual possamos lidar com elas, integrá-las à nossa história e à nossa forma de experimentar o mundo.

A psicoterapia psicanalítica atua neste sentido, acolhendo e transformando o sofrimento para que seja possível lidar melhor com ele, sem que prejudique nossa vida cotidiana, ampliando e enriquecendo nossas experiências.

A psicoterapia ocorre com sessões semanais de duração média de 50 minutos.

A frequência com que essas sessões vão ocorrer (quantas sessões por semana) é definida e acordada nos primeiros encontros, quando se define o enquadre básico do tratamento em conjunto com o paciente.

Na terapia de crianças, são realizadas entrevistas iniciais com os pais, bem como algumas sessões com a criança, para que se possam definir as condições em que o trabalho vai seguir: sessões semanais, acompanhamento dos pais, eventuais contatos com a escola etc. Os jogos, desenhos e histórias costumam ser os elementos principais para entendê-las e ajudá-las.

Com adultos, as sessões consistem basicamente em conversas, com o paciente falando e associando de forma livre. A depender do caso, é possível conciliar a terapia com o acompanhamento psiquiátrico, quando é necessário que o paciente também faça uso de algum tipo de medicação que amenize a intensidade de certos sintomas.

Não há uma regra geral que responda a essa pergunta. Em tese, é possível procurar a psicoterapia em qualquer momento, já que sempre será possível conhecer-se melhor e produzir sentidos, junto a um outro, às nossas experiências.

No entanto, é mais comum que as pessoas procurem tratamento quando há algum sofrimento mais intenso atuante no momento. E aí, entram questões bastante pessoais, já que a intensidade do sofrimento é um critério subjetivo, cada pessoa avalia o quanto consegue suportar e quando se sente sem recursos para lidar com suas dores sem ajuda.

Angústias profundas e/ou frequentes, sentimentos de inadequação, de descompasso com as coisas, desvitalização, falta de ligação com aspectos da vida que antes costumavam ser valorizados, impulsividade, agressividade desmedida, tristeza excessiva e aparentemente sem causa, dificuldades em elaborar lutos e perdas significativas, dificuldades de aprendizagem etc, podem ser indicativos de que a procura pelo trabalho psicoterapêutico seja aconselhável.